23/09/2019

Historia de Berlim


Falar sobre Berlim é falar sobre a capital do país que esteve à frente dos maiores acontecimentos da história mundial nos últimos 100 anos. Ainda que não seja do lado do “mocinho”, muito ao contrário. Assim, antes de entendermos a cidade, necessário entender os acontecimentos mundiais, que tiveram seu epicentro aí, exatamente em Berlim. E quando falamos de Berlim, estamos falando de nada mais nada menos do que 1ª Guerra Mundial, Hitler, 2ª Guerra Mundial, Holocausto, Cortina de Ferro, Guerra Fria e reunificação. Tudo isso aconteceu em Berlim ao longo dos últimos 100 anos de sua história.
  
Primeira Grande Guerra


 Em 1914 o mundo conheceu a Primeira Guerra Mundial. Entre as causas da guerra inclui-se as políticas imperialistas das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, Austro-Húngaro, Império Russo, Império Britânico, República Francesa e a Itália. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.
O Império Russo entrou em colapso em 1917 e a Rússia deixou a guerra. Depois de uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos  EUA começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu problema revolucionário interno (de ideais comunistas), neste ponto, concordou com um cessar- fogo em 11 de novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória dos Aliados.
Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados Sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa foi redesenhado em vários países menores. A Liga das Nações (precursora da ONU) foi formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Há consenso de que o nacionalismo europeu provocado pela guerra, a separação dos impérios, as repercussões da derrota da  Alemanha  e  os  problemas  com  o  Tratado  de Versalhes foram fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial.




             2a  Guerra Mundial

A chegada dos nazistas ao poder colocou fim à República de Weimar, uma democracia parlamentar estabelecida na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Com a nomeação de Adolf Hitler como chanceler, em 1933, a Alemanha nazista (também chamada de Terceiro Reich) rapidamente tornou-se um regime no qual os alemães não possuíam direitos básicos garantidos.
Uma ampla campanha de propaganda foi levada a efeito para disseminar os objetivos e ideais do regime. Hitler defendia o uso de propaganda política para disseminar seu ideal de Nacional Socialismo que compreendia o racismo, o anti-semitismo e o anti bolchevismo.

Ao longo desse plano propagandista, os alemães eram constantemente relembrados de suas lutas contra inimigos estrangeiros, e de uma pretensa subversão judaica. No período que antecedeu a criação das medidas executivas e leis contra os judeus, as campanhas de propaganda criaram uma atmosfera tolerante para com os atos de violência contra os judeus, particularmente em 1935, antes das Leis Raciais de Nuremberg, e em 1938, após aKristallnach (quando alemães, acreditando no comportamento perigoso dos judeus, quebraram as vidraças de diversas sinagogas com pedras, em represália a uma morte causada por um judeu. Foi conhecida como a Noite dos Cristais). A propaganda também incentivou a passividade e a aceitação das medidas iminentes contra os judeus, uma vez que o governo nazista interferia e "restabelecia a ordem" (derrubada pela derrota alemã na 1ª Guerra Mundial).
A propaganda nazista também preparava o povo para uma guerra, insistindo em uma perseguição, real ou imaginária, gerando uma lealdade política e uma “consciência racial” entre as populações de etnia alemã que viviam no leste europeu, em especial Polônia e Tchecoslováquia. Outro objetivo da propaganda nazista era o de mostrar a uma audiência internacional, em especial as grandes potências européias, que a Alemanha estava fazendo demandas justas e compreensíveis sobre suas demandas territoriais.
Inventando um elo entre o comunismo soviético e o judaísmo europeu, e apresentando a Alemanha como defensora da cultura "ocidental" contra a ameaça "Bolchevique", esta propaganda também mostrava uma imagem apocalíptica do que aconteceria caso os soviéticos ganhassem a Guerra.

O cinema, em particular, teve um papel importante na disseminação das idéias do anti- semitismo racial, da superioridade do poder militar alemão e da essência malévola de seus inimigos, como eram definidos pela ideologia nazista. Os filmes nazistas retratavam os judeus como seres "subhumanos" que se infiltraram na sociedade ariana.
Hitler tinha a última palavra tanto na legislação nacional quanto na política externa alemã. Esta última era guiada pela crença racista de que a Alemanha era biologicamente destinada a expandir-se para o leste europeu por meio de força militar, e de que uma população alemã, maior e racialmente superior, deveria ter domínio permanente sob o leste europeu e a União Soviética. Nesta crença as mulheres exerciam um papel muito importante como reprodutoras. A política populacional agressiva do Terceiro Reich encorajava as mulheres "racialmente puras" a darem à luz ao maior número possível de crianças "arianas".

Dentro daquele sistema, as pessoas "racialmente inferiores" como os judeus e os ciganos deveriam ser eliminadas. A política externa nazista tinha como objetivo, desde o início, travar uma guerra de aniquilação contra a União Soviética e, para isto utilizou os anos de paz anteriores à eclosão da Guerra para preparar o povo alemão para o conflito.
Críticas explícitas ao regime eram reprimidas pela Gestapo, a polícia secreta do estado, e pelo Serviço de Segurança (SD) do partido nazista, mas o governo de Hitler era popular entre a maioria dos alemães. A pequena oposição ao estado nazista variava desde a não conformidade a uma tentativa, abortada, de assassinar Hitler no dia 20 de julho de 1944.

O regime de Hitler ambicionava criar um novo e vasto império cujo território unisse a Alemanha e o leste da Europa em um só país, para assegurar o crescimento germânico em termos populacionais e econômicos, com acesso a mais recursos naturais que os que existiam em solo alemão. Segundo os idealizadores do projeto de domínio alemão sobre Europa, tal império somente poderia ser construído através de uma guerra.
Depois de assegurar a neutralidade da União Soviética, através do Pacto de Não- Agressão Germano-Soviético de 1939, a Alemanha deu início à II Guerra Mundial ao invadir a Polônia no dia 1 de setembro de 1939. No dia 3 de setembro do mesmo ano, a Inglaterra e a França responderam à agressão com declarações de guerra aos alemães. Em um mês, a Polônia foi derrotada pela combinação das forças alemãs e soviéticas, e teve seu território dividido entre a Alemanha nazista e a União Soviética.
Em abril de 1940, as forças alemãs invadiram a Noruega e a Dinamarca. Em 10 de maio daquele mesmo ano, a Alemanha invadiu os Países Baixos—Holanda, Bélgica, e Luxemburgo—que haviam assumido uma postura de neutralidade, e também  ocuparam a França. Em 22 de junho de 1940, franceses colaboracionistas assinaram um tratado de cessar-fogo com a Alemanha, autorizando este último país a ocupar a parte norte da França, bem como a costa mediterrânea, e criando um regime pró- nazista no sul daquele país, com sede na cidade de Vichy.
Encorajada pela Alemanha, em junho de 1940 a União Soviética ocupou os países bálticos-- Lituânia, Letônia e Estônia--anexando-os formalmente à URSS. A Itália, como parte do “Eixo”, aderiu à guerra em 10 de junho de 1940. Entre 10 de julho e 31 de outubro de 1940, os nazistas levaram a cabo uma intensa batalha aérea contra a Inglaterra, conhecida como a “Batalha da Inglaterra”, no fim da qual foram derrotados.
Como Hitler tinha como alvo o comunismo soviético, numa violação direta aos termos  do  Pacto  de  Não-Agressão  Germano-Soviético,  os  alemães  e  seus aliados invadiram a União Soviética em 22 de junho de 1941 (tido como o maior erro estratégico de Hitler). Em junho e julho de 1941, os alemães também ocuparam os estados bálticos. O chefe de estado soviético, Joseph Stalin, opôs-se à Alemanha nazista e seus parceiros do “Eixo”, tornando-se a partir daquele momento um importante líder das forças Aliadas.
Durante 1941, as tropas alemãs avançaram sobre o território soviético, mas a forte resistência oferecida pelo Exército Vermelho impediu que capturassem as cidades- chave de Leningrado (atual São Petersburgo) e Moscou. Em 6 de dezembro de 1941, as tropas soviéticas contra-atacaram, fazendo com que as forças alemãs saíssem definitivamente dos arredores de Moscou. Um dia depois, em 7 de dezembro de 1941, o Japão, país membro do Eixo, bombardeou Pearl Harbor, no estado norte- americano do Havaí, e imediatamente os Estados Unidos declarou guerra ao Japão e ao Eixo. O conflito militar ampliava-se através dos continentes.
Em maio de 1942 os britânicos bombardeiam a cidade de Köln, ou Colônia, trazendo a guerra para dentro do território alemão pela primeira vez. Durante os três anos seguintes bombardeios anglo-americanos reduzem cidades alemãs a escombros.
Em 1944, as tropas Aliadas libertam Roma. Seis semanas depois, bombardeios anglo- americanos conseguem, pela primeira vez, atingir alvos na Alemanha oriental também, destruindo boa parte de Berlim.

Em junho de 1944, as tropas britânicas e norte-americanas desembarcam com sucesso nas praias da Normandia, na França, e abrem a “Segunda Frente” contra os alemães. Conhecido como o dia “D”, pois esse desembarque marcou o inicio da derrocada alemã.
As forças anglo-americanas saem da Normandia seguindo rumo ao leste, e, entram na capital francesa. Em setembro, os Aliados chegam até a fronteira alemã; em dezembro, quase toda a França, a maior parte da Bélgica, e a parte sul dos Países Baixos são libertadas.
Em 1945 os soviéticos iniciam sua ofensiva final e cercam Berlim. Em 30 de abril de 1945 (há exatos 70 anos), Hitler comete suicídio. Em maio de 1945 a Alemanha se rende aos Aliados.
Japão não se rende, e em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançam uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. 3 dias depois, outra bomba sobre Nagasaki.

Em 2 de setembro o Japão se rende oficialmente, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.




                HOLOCAUSTO

No início do regime nazista o governo Nacional-Socialista criou campos de concentração para deter seus oponentes políticos e ideológicos.

Nos anos que antecederam a Guerra as SS e as autoridades policiais prenderam um número grande de judeus, ciganos e outras vítimas do seu ódio étnico e racial naqueles campos. Outros grupos eram perseguidos por seu comportamento político, ideológico ou comportamental, tais como os comunistas, os socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais.
Para concentrar, monitorar, e facilitar a deportação futura da população judaica, os alemães e seus colaboradores criaram guetos, campos de transição e campos de trabalho escravo para judeus.

Depois que os alemães deflagraram a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia, em setembro de 1939, o regime nazista utilizou propagandas para causar a impressão de que os judeus não eram apenas sub-humanos, mas que eram também perigosos inimigos do Reich alemão. O regime buscava obter o apoio, ou o consentimento tácito, da população alemã para as políticas que tinham como objetivo a remoção permanente dos judeus das áreas onde viviam alemães.
Após a invasão da União Soviética, em junho de 1941, as unidades móveis de extermínio, e posteriormente os batalhões policiais militarizados atravessaram as linhas fronteiriças alemãs para realizar operações de assassinato em massa de judeus, ciganos, e autoridades governamentais do estado soviético e do Partido Comunista. As unidades das SS e da polícia alemã assassinaram mais de um milhão de homens, mulheres e crianças judias, além de outras centenas de milhares de pessoas de outras etnias. Entre 1941 e 1944, as autoridades nazistas alemãs deportaram milhões de judeus da Alemanha, dos territórios ocupados e dos países aliados ao Eixo para guetos e campos de extermínio, muitas vezes chamados de centros de extermínio, onde eram mortos nas instalações de gás criadas para cumprir esta finalidade.

Após junho de 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, as SS (organização paramilitar ligada ao Partido Nazista alemão) e grupos da polícia que agiam como unidades móveis de extermínio iniciaram operações de assassinato de comunidades judaicas inteiras naquela área, matando indiscriminadamente todos os seus membros. No outono de 1941, elas introduziram as câmaras de gás móveis, nas quais o cano de escapamento dos caminhões utilizados havia sido reajustado para liberar um gás letal, o monóxido de carbono, dentro dos compartimentos totalmente vedados na carroceria, matando a quem ali estivesse, em complementação às operações de fuzilamento já em curso.
Três campos de extermínio--Belzec, Sobibor e Treblinka--foram criados na Polônia com o objetivo único de facilitar o extermínio em massa.



De tempos em tempos, o campo Majdanek também servia como local de extermínio de judeus residentes. Nele existiam câmaras de gás que as SS usaram para assassinar dezenas de milhares de israelitas que haviam sido trabalhadores escravos, mas que agora estavam fracos demais para exercer qualquer tipo de atividade. No centro de extermínio de Chelmno, a cerca de 50 quilômetros a noroeste da cidade de Lodz, as SS em conjunto com a polícia mataram, pelo menos, 152.000 pessoas, sendo a maioria delas israelitas, além de milhares de ciganos. Na primavera de 1942, Hitler determinou que Auschwitz II (Auschwitz-Birkenau) tornar-se-ia uma "fábrica" de extermínio em grande escala, e lá cerca de um milhão de judeus, de diversos países da Europa, foram assassinados.
A vontade de Hitler era baseada num estudo chamado Eugenia. Seu principal objetivo era desenvolver maneiras de manipular e otimizar a evolução humana de acordo com os princípios darwinistas aplicados à humanidade (darwinismo social). Na prática se tornou terreno para legitimar o racismo e defender práticas extremamente polêmicas, como a esterilização e extermínio de grupos genéticos inteiros.
Antes das prisões e extermínios (antes da Guerra), Hitler ditou novas regras que proibiam desde a realização de casamentos entre judeus e arianos até mesmo a frequentar locais públicos (inclusive hospitais). Pode parecer estranho imaginar que a comunidade internacional conviveu com isso por anos, mas esta é a realidade. Enquanto os judeus mais ricos simplesmente fugiram para outros países, os mais pobres ficaram até o cerco se fechar.
O uso de cobaias humanas hoje em dia é algo extremamente delicado e sua discussão sobre questões éticas acaba impondo limites às realizações de determinados testes. No contexto do holocausto alguns médicos nazistas realizaram experiências mortíferas que envolviam homens, mulheres e até mesmo bebês. O principal responsável por essas experiências foi Josef Mengele, conhecido como O Anjo da Morte, médico chefe do temido campo de extermínio Auschwitz. Fontes indicam o uso de milhares de prisioneiros em experiências quase sempre fatais, e quando a vítima sobrevivia, era executada para uma análise de seu cadáver. Entre as experiências realizadas podemos citar: exposição à radiação, congelamento, consumo exclusivo de água do mar e até mesmo dissecação de vivos para observar a evolução de doenças e infecções.

Os judeus foram afastados de todos os cargos públicos, suas crianças foram expulsas das escolas e se criaram instituições para expulsá-los do território alemão. Com o início da Segunda Guerra os cuidados para maquiar o anti semitismo para a comunidade internacional cessaram, judeus agora eram obrigados a andar com uma estrela de identificação, gradualmente foram forçados a habitar regiões segregadas (os chamados guetos) onde faltava tudo, desde moradias suficientes até alimentação e ofertas de trabalho. Quando o conflito mostrou maiores dificuldades para a vitória nazista, entrava em cena a chamada Solução Final: prisioneiros eram levados para campos de extermínio, verdadeiras "fábricas de morte" movidas a envenenamento com um gás pesticida.



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Uma contradição amarga a ser lembrada é que os Aliados não direcionaram o esforço de guerra para a liberação dos judeus. Ao invés disso, se observou uma corrida pela aniquilação do Estado Nazista. Isso remete às divergências nos interesses políticos das duas partes que formaram as Potências Aliadas, o único elemento que ligava a União Soviética ao ocidente era o inimigo em comum (Hitler), no mais, eles eram adversários. Sendo o rápido avanço soviético no front oriental uma forte ameaça da dominação comunista no continente europeu.
A demonização da ideologia nazista é um tema extremamente delicado quando lembramos que Hitler chegou ao poder de forma democrática e boa parte da população da Alemanha aprovava calorosamente o regime. De fato o racismo era algo presente naquela nação, mas isso não significa muita coisa: se você observar com cautela os principais jornais circulantes na Inglaterra e Estados Unidos naquele período, vai perceber que o racismo e a segregação também existia nesses países. Apesar de haver casos de violência explícita contra judeus por parte de civis alemães, as atrocidades cometidas nos campos de concentração eram mantidas em sigilo pelo alto comando nazista.
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Nos meses que antecederam o final da Guerra os guardas das SS transferiram os prisioneiros dos campos em trens, ou em marchas forçadas conhecidas como "marchas da morte", na tentativa de evitar que os Aliados os libertassem. Conforme as forças Aliadas atravessavam a Europa, em uma série de ofensivas contra a Alemanha, elas começaram a encontrar e a libertar prisioneiros dos campos de concentração e aqueles que estavam sendo levados de um campo para outro. Estas marchas continuaram até o dia 7 de maio de 1945, o dia em que as forças armadas da Alemanha se renderam incondicionalmente aos Aliados. Para os Aliados ocidentais a Segunda Guerra Mundial terminou oficialmente na Europa no dia seguinte, em 8 de maio, o (V-E Day, o Dia da Vitória, no entanto as forças soviéticas proclamaram seu "Dia da Vitória" como 9 de maio de 1945.
  

Pós Guerra



Com o fim da Segunda Guerra Mundial a descoberta dos campos de concentração aqueceu o desejo de estabelecer uma pátria para os judeus, assim, se procurou potencializar o episódio com diversos artifícios. (São os vencedores que contam a história, da forma como lhes é conveniente). Muitas fotografias tiveram um cenário forjado, soldados recolheram e empilharam corpos, prisioneiros doentes foram selecionados a dedo para compor imagens chocantes.

Entendida a posição Aliada, deve-se observar com ainda mais atenção a postura dos chamados revisionistas.

A revisão da história, quando feita com seriedade, é um papel muito importante para desconstruir certas ilusões. A necessidade de reanalisar o Holocausto não seria de tamanha polêmica se dezenas de países não considerassem crime a sua prática, atitude gravíssima, uma vez que não existe tema histórico de veracidade incontestável.
Na maior parte da Europa, incluindo a Alemanha, é proibido fazer alguém estudo ou matéria que vise desmistificar o Holocausto. Isso porque tais estudos são acusados de insuflar idéias nazistas.

Esse interesse Aliado de reestabelecer um território aos judeus (que há séculos estavam sem território), fez com que criassem o Estado de Israel, onde era território Palestino. Tal fato gera conflitos até hoje, com constantes conflitos. Palestina não aceita que Israel fique no que considera suas terras. Israel se considera dono legítimo do local, por ser solo sagrado judeu e onde ocupavam antes de serem expulsos. E Israel tem o apoio das potências Ocidentais, em especial os EUA, que veem na presença de Israel no local, uma forma de conter o avanço muçulmano e contrário aos EUA. Tais conflitos, na faixa de Gaza, perduram e se intensificam até hoje. Resultado direto da 2ª Guerra Mundial e do ataque de Hitler contra os judeus.




               Muro de Berlim

Com o fim da Guerra, vencida pelos países Aliados em conjunto com União Soviética, o território alemão foi inteiramente dividido entre os vencedores, criando a Alemanha Ocidental (controlada por EUA, França e Inglaterra) e a Alemanha Oriental (União Soviética).
Resultado de imagem para mapa Alemanha pós guerra  Berlim, no Centro do lado soviético.
Ocorre que Berlim era a capital da Alemanha, e, portanto, ponto estratégico para as potências. Assim, a Capital foi também dividida entre as 4 potências, mesmo estando inteiramente dentro do lado soviético.
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Obviamente isso era incômodo para as Potências. No lado Ocidental, havia uma série de obras e investimentos realizados através do Plano Marshall. No lado Oriental, a União Soviética criou o Estado Único, confiscando propriedades e instituindo o comunismo.

Com o tempo, os alemãs orientais, buscando melhores condições de vida ou de emprego, passaram a emigrar para o lado Ocidental, lá se estabelecendo. Isso enfraquecia a União Soviética, já que passava a idéia de que “o ocidente é melhor”.
Assim, após algumas medidas restritivas impostas anteriormente, na madrugada de 13 de agosto de 1961, foi construído o Muro de Berlim. Dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.

O Muro de Berlim era, portanto, uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental. Este muro, além de dividir a cidade ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético.
A medida pegou de surpresa a população, dividindo, inclusive, diversas famílias.

Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental com ordens de atirar para matar os que tentassem escapar, o que provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas.
Durante uma onda revolucionária que varreu o Bloco do Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração.
Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da estrutura.

A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.

14/06/2017

Viagem Ibérica - roteiro e planejamento

Abril de 2017


Há muito tempo que eu queria fazer uma viagem que englobasse Portugal (que eu só conhecia, e mal, Lisboa) e Espanha (que eu só conhecia Barcelona).

Demorei muito para me animar, especialmente com Portugal. Minha experiência em Portugal há quase 20 anos atrás não havia sido agradável. Apesar da cidade ser bonita, eu tinha tido uma recepção muito ruim pelos portugueses. Isso me fez ficar todos esses anos sem vontade de voltar. Após todos elogiarem e afirmarem que são agora bem tratados, resolvi tentar novamente. 

Escolhi um roteiro que desse um giro quase completo entre Portugal e Espanha. Claro que nenhuma viagem pela Europa tem a pretensão de fazer tudo. Sempre ficam diversas cidades de fora. O que faço é pesquisar bastante cada opção e ir encaixando minhas preferências dentro de um roteiro que faça algum sentido e respeite meu prazo de viagem. 

Eu tento ao máximo dormir nas cidades que gosto muito. Evito muito o tal bate e volta. Isso porque costumo adorar as luzes das cidades à noite...adoro quando a enchurrada de turistas vai embora e sobram poucos para realmente curtir a cidade sem pressa e sem confusão. Mas claro que algumas cidades são vistas na passagem, no caminho entre os duas.

Minha viagem começou em Barcelona onde fiquei 4 noites (3 dias completos). Achei um tempo justo para fazer tudo com calma, se você não faz questão de ir nos Museus. Se prefere ir nos Museus e entrar em TODAS as atrações da cidade, reserve mais um dia. 

Saí de Barcelona no trem bala para Madri. Foi uma ótima decisão. Tudo muito organizado e em 2:30hs eu cheguei em Madri. 

Em Madri fiquei outros 4 dias, embora eu ache que poderia facilmente ter reduzido para 3 dias. No dia de ir embora de Madri, aluguei um carro e permaneci com ele até o final, sendo devolvido direto no aeroporto. Então segue o mapa e depois explico os dias.



Barcelona : 4 noites e 3 dias
Madri : 4 dias e 4 noites
Madri para Segovia (passando por Avila): 2 dias e 2 noites
Segovia para Salamanca (passando por La Alberca e Mogarraz) : 1 dia e 1 noite
Salamanca para Porto (passando por Aveiro e Costa Nova) : 3 noites e 2 dias
Porto para Obidos: 1 dia e 1 noite
Obidos para Lisboa : 4 dias e 4 noites (visitando Sintra e Cascais)
Lisboa para Albufeira/Algarve (passando por Evora): 2 noites e 1 dia
Albufeira para Sevilha : 2 dias e 2 noites
Sevilha para Frigiliana : 1 dia e 1 noite
Frigiliana para Granada : 2 dias e 1 noite (ida para Toledo no fim da tarde)
Granada para Toledo: 2 noites e 1 dia
Toledo para aeroporto

Total: 28 dias e 28 noites

Para definir quanto tempo fico em cada lugar, levo em consideração as coisas que pretendo fazer em cada lugar e o tempo de deslocamento entre as cidades, horário previsto de chegada e tal. 

Outra coisa que sempre verifico antes de fechar o roteiro, é colocar os dias pretendidos da minha viagem num calendário, para verificar onde estarei em domingos e feriados. Por quê esse cuidado? Porque imagina que você pretende fazer um dia de compras, ou quer andar numa cidade grande, e gosta daquele movimento propiciado pelo comércio aberto? E então você descobre que estará na cidade no domingo ou num feriado. Isso irá estragar seus planos.

Então, um cuidado que sempre tomo, é encaixar a data de ida e volta da minha viagem, e as noites em cada cidade, para que domingos e feriados não me frustem. Cidades grandes, dependendo do seu roteiro, podem ficar sem vida nos domingos. Já as cidades pequenas e turísticas, muitas vezes ficam até mais movimentadas e alegres, nos finais de semana e feriado.

Sei que muita gente prefere viajar pelo Europa de trem. Eu particularmente não gosto tanto. O aluguel do carro, junto com gasolina e pedágios, de fato encarece bastante a viagem. Mas te dá uma mobilidade que nenhum outro meio te fornece. Gosto de sair, colocar as malas no carro e ir até o destino , sem preocupar com ir até estação levando malas, esperar o trem, chegar de novo em outra estação, novo deslocamento com malas. Mas isso é uma escolha. EU acho que o carro te faz ver mais coisas. É muito mais simples você parar para ver cidades no meio do caminho quando se está de carro. 

Um cuidado que sempre tomo é alugar um carro adequado às malas que levo. Ou seja, que caiba TODA a minha bagagem na parte traseira fechada. Isso porque permite que eu pare em qualquer estacionamento, de qualquer cidade, sem que ninguém saiba que todos os meus pertences estão ali. Se você deixa alguma mala no banco traseiro, acaba sendo um chamariz para gatunos.

Outra coisa que faço as vezes é, quando ficarei apenas 1 dia numa cidade, faço uma pequena maleta com as coisas que precisarei (roupas, toilete, eletrônicos, etc), e deixo as malas maiores no carro. Bem mais simples.

É isso. Toda viagem precisa de planejamento. Roteiro, datas, o que levar, como se locomover, estação do ano, etc. Temos que saber nossas preferências pessoais para que o roteiro seja adequado a cada tipo de viajante.







12/06/2017

Barcelona - como não gostar?

Abril de 2017

Já estive em Barcelona há muito e muitos anos atrás. Naquela vez curti muito, mas, seja porque peguei muita chuva, seja por haver menos informações do que hoje, creio que curti muito menos.Dessa vez havia sol forte em todos os dias. E, como no mês de abril escurece tarde, cerca de 8/9 da noite, os dias são bem longos e por isso permite muito passeio.

Antes do meu roteiro propriamente dito, vou dar umas dicas e algumas informações de Barcelona.

Como tem alguns programas mais afastados uns dos outros, você pode precisar de uma locomoção. Se comprar unitário é mais caro. Então compre o Bilhete T-10 que permite 10 viagens integradas. Pode mudar de ônibus para metro e vice-versa (dentro de 75 minutos). E pode ser usado por mais de uma pessoa. Ou seja, compre um e vai usando. Quando acabar, veja se sai mais barato comprar outro ou aí partir para individual.

Em toda a Espanha e em especial nas cidades pequenas, é comum  haver a SIESTA, que é o longo período de descaso no meio da tarde. Isso deve ser levado em conta em todo e qualquer roteiro pela Espanha. Mas eu não senti muito isso na minha viagem. EM nenhum momento me atrapalhou.

Entrada grátis nos museus
Todos os museus de Barcelona oferecem entradas grátis aos domingos depois das 15h. Se for o primeiro domingo do mês, a entrada liberada vale para todo o horário de funcionamento.



Aprecie a vista da cidade do último andar do El Corte Inglés

Em uma das esquinas da Plaça Catalunya há um prédio enorme do El Corte Inglés que dificilmente vai passar desapercebido por você. No último andar há um café de onde você pode apreciar a bela Barcelona do alto sem pagar nada por isso.

Antoni Gaudi (a alma de Bracelona)

Nasceu em 1852 e morreu em 1926, vítima de atropelamento. Trabalhou essencialmente em Barcelona, onde estudou arquitetura.

Grande parte da obra de Gaudi é marcada pelas suas grandes paixões: arquitetura, natureza e religião.
Apesar de influenciado por outros, nunca se dedicou à cópia de um estilo determinado. Gaudi dedicava atenção aos mais ínfimos detalhes de cada uma das suas obras, incorporando um estilo orgânico único inspirado na natureza. Ele criava suas obras em maquetes, buscando sempre formas existentes na natureza e fluidas. Abominava o uso de linhas artificialmente retas. Suas linhas eram orgânicas, como que vivas.

Hoje a obra de Gaudi é amplamente reconhecida internacionalmente e objeto de inúmeros estudos, sendo apreciada não só por arquitetos como pelo público em geral. Mas, na sua época, chegou a ser ridicularizado por seus conterrâneos.

Graças a um projeto de uma vitrine, chamou atenção de Eusebi Guel, que era um rico habitante de Barcelona, um industrial bem sucedido, que se tornou parceiro e cliente ideal para Gaudi. Com suas encomendas, Gaudi fez grandes projetos, que são, hoje, a cara de Barcelona.

Gaudí buscou um estilo próprio e se quisermos citar exemplos desse estilo a Casa Batló e a Casa Milá. De tal forma ousadas eram essas construções que o público de Barcelona, apesar da estima e do prestígio de Gaudí, não deixou de as considerar quase aberrantes.

Com o tempo, entretanto, passou a adotar uma linguagem escultórica bastante pessoal, projetando edifícios com formas fantásticas e estruturas complexas. Algumas de suas obras-primas, mais notavelmente o Templo Expiatório da Sagrada Família, possuem um poder quase alucinatório.
A Sagrada Família, sua obra prima inacabada, é um dos monumentos mais visitados de Espanha. 
Entre 1984 e 2005, sete das suas obras foram classificadas como Patrimônio Mundial pela UNESCO. A devoção católica de Gaudi intensificou-se ao longo da sua vida e a sua obra é rica no imaginário religioso, o que levou que fosse proposta a sua beatificação.

É claro que Gaudi não foi o único artista a chamar atenção por ali. Também representam o espírito da cidade os artistas Juan Miró e Pablo Picasso.

Atrações da cidade, em especial obras de Gaudi

Compre suas entradas com antecedência. As mais procuradas são o Park Guell e a Sagrada Família. O que eu fiz foi esperar chegar bem próximo do dia da viagem e verificar qual o dia mais propenso a ter sol garantido. Esse dia reservei o Park Guell para ser a primeira atração (num horário que eu achava conveniente entre acordar, tomar café e chegar até a atração). Outro dia reservei a Sagrada Família também para ser minha primeira atração. Eu fiz dessa forma, porque não gosto de ter meu dia todo amarrado em horários. Assim, as atrações com hora marcada eu faço logo cedo, fico o tempo que quiser, e depois tenho o dia livre, sem me preocupar em estar em outra atração com horário.  Já a La Pedrera (Casa Milla) e a Casa Batlo, caso você tenha adquirido um chip de 3G, você pode chegar na frente e adquirir o seu bilhete online e com isso furar a fila. Caso não tenha o chip, compre antes de sair do seu hotel, estimando ao menos 1 hora em cada visita.

Dia 01 - Fonte Iluminada do Museu MNAC (Mont Juic)

Chegamos no final da tarde e portanto não havia muito o que fazer. Como era sábado, resolvemos ir direto para o Mont Juic ver a Fonte Iluminada. Ela fica em frente ao Museu MNAC. O ideal é pegar o Metro até a Plaza de España e seguir até a fonte a pé. Fica lo-ta-da!! É realmente muito bonita, pois a fonte se ilumina com várias cores e ao ritmo de diversas músicas. É bem longo, e desnecessário ver o tempo todo. Pode chegar logo no início ou então deixar para chegar um pouco mais tarde, quando já tem muita gente saindo.







Saindo de lá fomos em direção à linda Plaza de España. Nessa praça fica o Shopping Arena. Ali era a Plaza de Toros de Barcelona. Quando as touradas foram proibidas em Barcelona, transformaram a linda construção em um shopping magnífico.

E no terraço do Shopping há uma linda vista e  existem diversos restaurantes, para todos os gostos e bolsos. Vale muito a pena conferir!



Dia 02  - Passeig de Gracia, Casa Milla, Casa Batlo, Las Ramblas

Nada melhor para começar a sentir o clima de Barcelona, como andar pela Rua mais charmosa da cidade. Essa rua é cheia de lojas sofisticadas, gente bonita e muitos turistas. 

Seguir em direção a Casa Mila, tb conhecida como La Pedrera.

Casa Mila : Uma das mais famosas e curiosas casas de Gaudi. A casa é feita de pedras, com ondulações incríveis. Foi construída para ser um conjunto de apartamentos residenciais entre os 1906 e 1912.

Hoje, além dos apartamentos, turistas visitam o terraço do prédio para admirar as formas onduladas da fachada ou o teto em que as chaminés brotam do teto como se fossem homens saindo das dunas do deserto. Repare que pouquíssimas paredes são retas, observe as mirabolantes guardas das sacadas e as chaminés do terraço.

Se até hoje as formas sem ângulos retos e fachada curva surpreendem, há mais de 100 anos, causou furor e polêmica. Na década de 80, estava em estado lamentável, até ser adquirido por um banco, que o restaurou e o transformou em um espaço cultural.

No térreo há uma excelente loja com objetos de design, livros de arquitetura e suvenires diversos com temas sobre Barcelona e o próprio Gaudí.



Fachada de La Pedrera

Terraço

Seguir em direção a Casa Batlo, que é outra famosa casa de Gaudí. Gaudi, encarregado da reforma de um prédio em Passeig de Gràcia em 1875, realizou uma de suas mais expressivas obras.

Foi criada pensando em um pequeno prédio, no qual o dono teria os andares inferiores, e alugaria os demais. Pode-se visitar um dos apartamentos decorados, no estilo art-nouveau, e também visitar até o telhado da casa.

A Casa Batlló é um exemplo claro da genialidade do artista, com suas inconfundíveis formas onduladas e paredes cobertas de mosaico.

A casa é extremamente fotogênica, e por isso um dos pontos mais visitados da cidade. Muitos acabam não entrando, vendo apenas por fora. Essa escolha é facilmente explicada pelo salgado preço da visitação (R$ 20 euros!!).


Plaza Catalunya: Saindo dali, continue descendo a Passeig de Gracia em direção a Plaza Catalunya. Essa é a maior e mais central praça da cidade. A espinha dorsal da cidade. E como toda grande praça europeia, tem diversas fontes, jardins, pombos, gente, lojas e tudo o mais.



Da Plaza Catalunya partem a maior parte dos ônibus, bem como começam as Las Ramblas e Rambla Catalunya. 

Las Ramblas : Seguir em direção a Las Ramblas. Essa rua é a mais movimentada rua de pedestre. Ela é larga, com uma calçada no meio, onde ficam as mesas dos diversos bares e restaurantes. Tem muitas lojas, especialmente de souvenir. A rua começa na Plaza da Catalunya e segue até o Port Vell, onde tem uma estátua de Colombo.

Eu, particularmente, não sou muito fã dessa rua. Acho excessivamente turística, e, como todo local assim, os restaurantes não são os melhores. Mas, se você é do tipo que gosta de ficar no meio do agito, aproveite a atmosfera local e curta cada instante.

No meio da Las Ramblas há o mais famoso mercado da cidade , o La Boqueria. Ali você encontra diversas barracas com presuntos crus (jamon ibérico), queijos, frutas frescas, pães, frutas cristalizadas e muitas outras coisas. Como o local é muito turístico, os preços também são.. Mas dá para se divertir provando algumas coisas.

Na Calle Petritxol, uma das ruas que leva ao Bairro Gótico, tem uma das várias filiais da sorveteria Amorino na Europa. O sorvete é uma delícia! Mas a sorveteria acabou ganhando fama pela forma linda com que serve os sorvetes. Você escolhe o tamanho do sorvete e pode escolher vários sabores diferentes, mesmo no menor tamanho. Porque não colocam bola d sorvete, e sim pétalas. Primeiro vc deve dizer quantos sabores vai querer e quais. E assim a atendente monta seu sorvete no formato de uma rosa. Achei bem lindo e diferente!



Sorvete Amorino


Plaza Real: Seguindo pela Las Ramblas, em certo ponto há uma placa indicando a Plaza Reale. Não deixe de ir ali. É bem ao lado da Las Ramblas. É uma praça quase quadrada e linda! No entorno há diversos cafés e bares. Em dia de sol fica tudo lotado e é um ótimo local para tomar uma cervejinha, um vinho e descansar os pés das caminhadas.







Port Vell: seguindo a Las Ramblas, você chegará numa ampla praça e numa coluna bem alta, com uma estátua de Colombo no alto. Dizem que ele está apontando para as Américas. No entanto, numa breve olhada no mapa, você verá que isso é impossível. Logo, ele está, na verdade, representando o momento de Descoberta das Américas. mas, de qualquer jeito, para nós, que somos das Américas, é sempre interessante ver como a descoberta de nossas terras é comemorada pelo mundo!



Passando a Coluna de Colombo você verá uma grande e linda ponte de madeira. Caso queira fazer comprinhas, há ali no final um lindo shopping center. 


Além disso, dali parte também o bondinho para o alto do Mont Juic. Lá no alto há uma fortificação. Muitos turistas fazem esse passeio. Lá do alto há uma vista para toda a cidade. 

Eu já viajei muito e com isso já estabeleci na minha cabeça quais os programas que eu curto e os que eu não curto. Vistas de locais altos, é um programa que não vejo muito interesse, a não ser que seja uma cidade com contornos particularmente belos (como o Pão-de Açúcar no Rio de Janeiro). Caso contrário, é algo que eu dispenso, exceto que a atração no alto, por si só, valha o passeio. Portanto, não fui ao alto do Mont Juic, mas sei de muita gente que acha lindo.

Ao invés de subir, aproveitei o lindo dia de sol para curtir o clima alegre do Port Vell e fui seguindo pelo litoral até chegar em Barceloneta. É um lindo e gostoso passeio a beira mar.





Dia 2 : Sagrada Família, Ciutadella e Bairro Gótico


Conforme explicado anteriormente, é essencial comprar o ingresso da visita da Sagrada Família no site. Você terá que escolher horário. Para que o horário marcado não atrapalhe o meu dia todo, marquei para as 10hs da manhã. Assim tive tempo de acordar com calma, tomar café e chegar na Igreja. Após a visita eu tinha todo o dia live, sem preocupar com hora para nada.


Sagrada Família é, provavelmente, a obra mais emblemática de Gaudi. Observar que várias esculturas estão incrustadas e parecem surgir no meio das pedras. Seu interior (Templo Expiatório) é de uma riqueza de detalhes que impressiona. Ali se percebe com clareza as formas orgânicas de Gaudi, como tem-se a nítida impressão de estar dentro de um organismo vivo, que pode levantar e andar com você por dentro, a qualquer momento.

São tantos entalhes e tantas formas curvas, que nosso olhar perde as referências. São vitrais magníficos que trazem luz, as formas inusitadas, os tons neutros das paredes, colunas retorcidas...tudo ali parece mexer com nossos sentidos.



 


Saindo da Sagrada Família, uma boa opção é seguir para o Arc Triomph de metro. É uma construção belíssima, que nos leva para o interior de uma praça maravilhosa chama Ciutadella. Provavelmente um dos locais mais belos de Barcelona.


A Ciutadella é um imenso espaço verde, construído para a Expo 1988. O Arco era a entrada da Expo.






Saindo da Ciutadella, seguimos em direção ao Cassino de Barcelona. Não pelo Cassino em si, mas porque fica a beira mar, numa região que acho belíssima, especialmente num lindo dia de sol.

Cassino
Logo em frente ao Cassino há uma descida em direção a praia. Desça ali e vá seguindo pelo calçadão. Você irá fazer uma agradável caminhada entre a areia da praia e diversos bares e restaurantes, cada um mais lindo e gostoso que o outro. Vale a pena deixar para almoçar por ali. Opções agradáveis não faltarão!



Depois de escolher um local (Optei pelo Opium) e comer o melhor Polvo a Galega da minha vida, seguimos pela orla em direção à Barceloneta. Foi um passeio bem gostoso e com algumas surpresas.

Banquinhos de alvenaria para curtir a paisagem
Após mais uma barata para um choppinho em Barceloneta, continuamos pela orla até voltarmos ao Port Vell para entrarmos então no Bairro Gótico.


Assim pudemos passar por paisagens deslumbrantes, museus  e um movimento impressionante!

Chegando "na altura"do Bairro Gótico, saímos do litoral rumo a Catedral de Barcelona


A Catedral é muito bonita, tanto por dentro como por fora. E ela fica situada no Bairro Gótico, em frente a uma animada praça rodeada por bares, cafés e restaurantes.

Nessa praça tem uma feirinha de artesanato e também letras douradas que saem do chão, formando a palavra Barcelona. É difícil tirar foto de todas, pois sempre tem muita gente. Mas escolha sua letra e divirta-se!


No bairro Gótico você encontrará vestígios e ruínas romanas, ruas e construções medievais, prédios e praças do século XIX que te contarão a evolução da cidade.

Uma das regiões mais conhecidas da cidade, e a mais antiga, faz você se sentir no período medieval com as construções intactas. É o verdadeiro centro da cidade, e de jovens e artistas. Mas também você encontra muitos bares, restaurantes e muralhas medievais. Há vestígios das muralhas medievais que circundavam a cidade, desde 25 anos após Cristo!

Perca-se pelas ruelas e conheça uma face distinta de Barcelona, com preciosos bares de tapas e o comércio voltado para os locais, como chapeleiros, barbeiros e alfaiates. 

Logo ao lado da Catedral, há um outro mercado chamado Saint Catherine. É menos famoso que o La Boqueria e portanto muito menos turístico. Vale a pena conferir. Ele é facilmente identificado pela sua entrada bem diferente e bonita. O Segredo é um restaurante que fica no fundo do mercado e é delicioso. Numa decoração rústica-chic, o Cuines de Santa Caterina lota no horário de almoço pois a comida é ótima, há uma variada oferta de vinhos e cavas, e o ambiente é moderninho e descolado. Há mesas compartilhadas e mesas separadas, além de um balcão e algumas mesinhas externas. 


 Outros pontos famosos do bairro gótico são a Plaça del Rey, Plaça Reale e Plaça de Sant Jaume.

Plaça del Rei : A Espanha foi unificada e virou um país em 1469, com os chamados Reis Católicos (Isabel I e Fernando II). Barcelona foi residência temporária da família real, o que justifica essa praça. O Palácio Real, a Igreja Real, torres e outras construções completam o centro histórico, onde também funcionou um Tribunal da Inquisição.

Dizem que Cristóvão Colombo foi recebido pelos Reis da Espanha nesse lugar, quando voltou da viagem de descobrimento da América!

 Plaça de Sant Jaume : Já chamada de Praça da Constituição, esse é o centro administrativo de Barcelona. É que as sedes da prefeitura da cidade e o governo da Catalunha ficam nesse lugar.  O último funciona no Palau de la Generalitat, um prédio de origem medieval e com fachada renascentista que já abrigou 128 presidentes da Catalunha.

Não é sem motivo que esse prédio é considerado por muitos um símbolo da democracia e da luta da Catalunha pela independência. Protestos e manifestações culturais são normais nessa praça, incluindo as famosas pirâmides humanas da Catalunha.

Uma passarela liga o Palau de la Generalitat e a Casa del Canonges, passando por cima da rua del Bisbe. Não se esqueça de tirar uma foto quando passar por lá, afinal esse é um dos símbolos do Bairro Gótico.


Dia 03 : Park Guell e dia livre

O Outro passeio que marquei com antecedência foi o Park Guell. Me informei qual o ônibus que saia do meu apartamento para o Park. Não deixe de usar ônibus, podendo ser de linha comum mesmo. Isso porque o Park Guell não apenas fica bem afastado das demais atrações, como fica no alto de uma grande montanha. E não há nada ali de grande valor, afora o Park Guell em si. Portanto, poupe tempo, pernas e sola de sapato, e use algum tipo de transporte para chegar até lá. De ônibus comum, se você estiver nos arredores da Plaza Catalunya, conte levar uns 30 minutos no transporte.

Quando se faz a compra do bilhete, você está marcando o horário da sua visita para a área monumental do Park, ou seja, as partes mais marcantes e bonitas, repletas de azulejos de Gaudi. Há ainda todo um parque, cheio de mirantes e vegetação, para quem curte caminhar bastante. Mas as coisas realmente especiais estão na área monumental. Sendo assim, vale a pena investir no ingresso. E se deixar para comprar nos últimos dias, pode não conseguir, ou ao menos não conseguir no horário adequado para você.  Então, se no ingresso está marcado para as 11 horas, por exemplo, você deve estar na fila de entrada da área monumental as 11hs. Você pode chegar mais cedo e rodar outras áreas, ou fazer a área monumental e então decidir quanto quer rodar depois. Eu preferi essa opção. Mas seja qual for a sua opção, apenas lembre-se que deve estar na área monumental no horário marcado.

Fila aguardando horário para entrar na Área Monumental


Cheguei um pouco antes do horário e fiquei na fila para entrada da zona monumental. Assim que deu o horário foram liberando a entrada, dividindo o público em 2 direções diferentes, de forma a evitar que todo o grupo fique no mesmo local ao mesmo tempo. O bom é que, uma vez na área monumental, você pode permanecer ali o tempo que quiser.

Comecei minha visita pela grande praça onde ficam os famosos bancos em zigue-zague de Gaudi. Sempre quis ver esse local, e posso garantir que não me decepcionei com nada. Ao contrário. De fato o movimento dos bancos dá um charme indescritível ao local. 






Vista da parte inferior, a partir dos bancos de azulejos
Após curtir bastante por ali, pegamos o mapa do restante da área monumental e fomos fazendo nossa visita completa. Toda a área monumental é um deslumbre de formas e cores. Separe um bom tempo para fazer tudo com calma, sem correrias.


Frente da área monumental

Uma das várias casas que parecem feitas de doce (ginger breads)


Lagarto de azulejos que acaba sendo o símbolo do Park e de Gaudi
Terminada a visita, vale a pena pegar um taxi ou um ônibus para seu próximo destino. O Metrô fica bem longe, pois você precisa descer toda a montanha e ainda caminhar um pouco.

Como peguei todos os dias de sol intenso e dias bem longos, minha programação adiantou bastante. Então eu tinha ainda boa parte da tarde e nenhuma programação definida. Minhas opções eram: a) fazer o MontJuic, mas que, como disse antes, não é um programa que gosto. b) Ou tirar uma tarde de compras (pra quem curte seria uma boa opção. Pra mim, além de não ser minha praia, era meu primeiro destino e não gosto de encher mala logo no início). c) partir para programas bem específicos, como procurar uma padaria indicada em Barceloneta, um restaurante em Eixample, etc. d) repetir algum programa que eu tenha gostado tanto que queria voltar.

A opção escolhida foi a "d", repetir algo que gostamos. E assim seguimos direto para a zona litorânea situada nas proximidades do Cassino. Andamos por ali e depois passamos toda a tarde curtindo o sol, sentada num dos vários restaurantes da praia. Passamos a tarde toda ali...com calma, interagindo com outros estrangeiros, comendo uma digna paella, vinho rose e um delicioso sorvete artesanal.